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Repensando a máxima que aos “quarenta anos somos a velhice da juventude
e aos cinquenta anos somos à juventude da velhice”, dou-me o prazer de
entender que o tempo tem como missão factual os ensinamentos inerentes à vida e com a idade aprendemos por vontade, coragem, atitude ou até mesmo efeito osmose.
Ganho a capacidade de entender a implacável ação do tempo na missão de
envelhecer e envelhecendo torno-me consciente dos efeitos do tempo que
se veste de meu cotidiano, de minha rotina, quando me torno mais amável
comigo mesma, em estado ciente de autoestima, não preciso de criticas,
censuras, nem obedecer aos sutis mandamentos de deveres já
estabelecidos.
Ganho a capacidade em compreender meus direitos
e meus desejos e porque não minha corajosa teimosia? Dou-me ao deleite
de experimentar a vida, dou-me ao prazer de conhecer a liberdade como
doce/maduro fruto do envelhecimento. Dou-me ao agrado de libertar-me das
convenções, o dever das justificativas, das satisfações, do demasiado
valor que damos ao que os outros pensam de nós, valores que quando
jovens utilizamos como prioridades.
Ganho a capacidade de
entender que preciso mergulhar de cabeça nas ondas do tempo que faz de
meu físico um corpo decadente, mas, em contrapartida lapida com destreza
meus sentimentos, minha aceitação no entendimento de que o tempo não
privilegia nada nem ninguém. Dou-me ao agrado de compreender meus
sofrimentos, minhas dores, minhas decepções, como quereres e ou
merecimentos.
Ganho a capacidade de entender que a revelia meu
coração pode ser partido pela ação do tempo em consequência dos
relevantes acontecimentos, mas, dou-me a satisfação de conhecer a
imperfeição, o prateado de meus cabelos brancos, os sulcos tatuados das
marcas de expressão de meu rosto em total paradoxo que me “enfeiam” e me
embelezam de experiência sábia.
Ganho a capacidade de negar
com veemência a negatividade da vida, por entender ser absoluto tempo
perdido, e o contentamento de compreender que o tempo que nos resta é
contabilidade transcendental e a principal moeda dessa barganha
vida/tempo é o ganho liquido, Felicidade!
Lufague